Shodō

O shodō (しょどう, "caminho da escritura"?), também conhecido como shūji (しゅう, "caligrafia"?), é a caligrafia japonesa.[1]

É considerada uma arte e uma disciplina muito difícil de perfeccionar e é ensinada como uma matéria a mais às crianças japonesas durante a sua educação primária.

Exemplo de caligrafia contemporânea: Primeiro vento de primavera (春一番 haruichiban) por Keisui Ishikazi

Provém da caligrafia chinesa e é praticado no estilo antigo, com um pincel, um tinteiro onde se prepara a tinta nanquim, pisa-papel e uma folha de papel de arroz. Atualmente também é possível usar um fudepen, pincel portátil com depósito de tinta.

O shodō pratica a escritura dos caracteres japoneses hiragana e katakana, assim como os caracteres kanji, e os caracteres chineses (hanzi). Atualmente existem calígrafos que são contratados para a elaboração de documentos importantes.

Além de exigir alta precisão e graça pelo calígrafo, cada caractere dos kanji devem ser escritos segundo uma ordem de traços específica, o que aumenta a disciplina necessária daqueles que praticam esta arte.

História do shodō

Os principais caracteres utilizados na prática do shodō se chamam kanji (no Japão) ou hanzi (na China). Sua origem remonta ao século I em 300 a.C., durante a dinastia Yin. Entretanto, os caracteres sofreram várias modificações ao longo do tempo, sendo as principais:

  • 221 a.C. - Dinastia Shang: reforma da escrita em escala nacional.
  • 206 a.C. - 220 - Dinastia Han: simplificação do sistema escrito e a reconfiguração do shodo como arte.

Introduzidos no Japão pelo budismo no final da Dinastia Han, essa arte passou a ser mais difundida a partir do século VI.

Execução e Filosofia do shodō

Essa arte é produzida através da escrita com o sumi (tinta preta) e um pincel, sobre papel, utilizando caracteres japoneses ou chineses. A arte da caligrafia é considerada uma metáfora para a própria vida, assim, alternam-se pinceladas fortes com outras mais delicadas, variando o efeito conforme a velocidade, a cor da tinta, a pressão sobre o papel, o intervalo entre traços e o próprio material utilizado.

Não há retoques, esboços ou correções em uma peça de shodō, pois mesmo o "borrão" ou os espaços "falhos" sobre o papel poderão ser vistos como parte de uma totalidade, desde que haja um equilíbrio natural entre os caracteres e a composição como um todo, pois é justamente na sutileza em alguns trechos e na intensidade em outros, que está localizado o sentido estético do shodō.

Referências

  • The Art of Japanese Calligraphy (em inglês). Yujiro Nakata, 1993. Nova Iorque/Tóquio: Weatherhill/Heibonsha. ISBN 0-8348-1013-1.
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  1. «書道 - Jisho.org». jisho.org. Consultado em 16 de fevereiro de 2024