Sebastião Uchoa Leite

Sebastião Uchoa Leite
Nascimento 31 de janeiro de 1935
Timbaúba
Morte 27 de novembro de 2003 (68 anos)
Rio de Janeiro
Nacionalidade Brasileiro
Ocupação Poeta, ensaísta e tradutor
Prémios Prémio Jabuti (1980)
Magnum opus Antilogia

Sebastião Uchoa Leite (Timbaúba, 31 de janeiro de 1935 — Rio de Janeiro, 27 de novembro de 2003) foi um poeta, ensaísta e tradutor brasileiro.

Biografia

Inicia os cursos de direito e filosofia na Universidade do Recife, atual Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, graduando-se em 1962. Publicou nove livros e estreou na poesia em 1960, com Dez Sonetos sem Matéria. Nessa época, participava de um grupo de literatura com Luís Costa Lima, depois atuou no Suplemento Literário do principal jornal pernambucano, o Jornal do Commercio. No Recife, formou-se em Direito e Filosofia e depois que trocou a capital pernambucana pelo Rio de Janeiro, continuou trabalhando com traduções e edições de livros.

Nos anos 70, trabalhou com Otto Maria Carpeaux e Antônio Houaiss em enciclopédias, tem sido um dos responsáveis, ao lado de Luís Costa Lima, Jorge Wanderley e Gastão de Holanda, pela publicação da revista José, que em dez números publicou desde poetas concretos a poetas marginais, não deixando de lado os modernistas.

Em 1980, ganhou o prêmio Jabuti de Poesia, pelo livro Antilogia. Este prêmio foi ganho outras duas vezes, na categoria tradução, em 1998 com Crônicas Italianas de Stendhal (junto com Rodolfo Ilari - por Brevário de Estética e José Paulo Pais - por Asce - Os Salvadores de Deus) e em 2001 com Poesia de François Villon.

Traduziu obras de vários autores como Julio Cortázar, Lewis Carroll, A. M. Krich, Ângelo M. Ripellino, Stendhal, Octavio Paz e François Villon.

O poeta morreu de insuficiência cardíaca. Tinha 68 anos e era casado com a antropóloga carioca Guacira Waldeck.

Nesse mês, pouco antes de ser internado, Uchoa Leite conquistou o segundo lugar do Prêmio Portugal Telecom de Literatura Brasileira, com A Regra Secreta, pelo qual recebera 30 mil reais. Ao todo, o poeta publicou doze livros, entre poemas e ensaios.

A perda foi lamentada pelo meio literário brasileiro. O poeta Ferreira Gullar ressaltou sua ética e o qualificou como "poeta de muito requinte, tradutor excelente e um intelectual competente". "Era alguém por quem tinha um grande carinho, apesar das discordâncias artísticas", afirmou.

Obras publicadas

Poesias

  • Dez Sonetos sem Matéria, 1960
  • Antilogia, 1979
  • Isso não é Aquilo, 1982
  • Obras em Dobras (1960-1988) (que reúne os anteriores, além de Dez Exercícios numa Mesa sobre o Tempo e Espaço, Signos/Gnosis e Cortes/Toques), Duas Cidades, 1988
  • A uma Incógnita, Editora Iluminuras, 1991
  • A Ficção Vida, 1993
  • A Espreita, Editora Perspectiva, 2000
  • A Regra Secreta, Editora Landy, 2002
  • Crítica de Ouvido, Cosac Naify, 2003

Ensaios

  • Participação da Palavra Poética, 1966
  • Crítica Clandestina, 1986
  • Jogos e Enganos, Editora 34, 1995

Traduções

Algumas obras:

Prêmios

Precedido por
Décio Pignatari, Mário Pontes e Mário Laranjeira

Prêmio Jabuti - Tradução

1998
Sucedido por
Editora Globo, Ivo Barroso e Victor Burton
Precedido por
Boris Schnaiderman/Nelson Ascher, Italo Eugênio Mauro e Marcos de Castro

Prêmio Jabuti - Tradução

2001
Sucedido por
Haroldo de Campos

Precedido por
Prêmio Portugal Telecom de Literatura
2003
Sucedido por
Paulo Henriques Britto (1º), Sérgio Sant'Anna (2º) e Luiz Antonio de Assis Brasil (3º)
  • v
  • d
  • e
Prêmio Jabuti - Poesia (1959 - 2020)
1959 – 1969

1959: José Paulo Moreira da Fonseca 1960: Sosigenes Costa 1961: Cassiano Ricardo 1962: Mário da Silva Brito 1963: Mário Chamie 1964: Cecília Meireles 1965: Cassiano Ricardo 1966: Carlos Soule do Amaral • 1967: João Cabral de Melo Neto 1968: Carlos Drummond de Andrade 1969: Stella Carr Ribeiro

1970 – 1979
1980 – 1989

1980: Sebastião Uchoa Leite • 1981: Rubens Rodrigues Filho 1982: Francisco Alvim 1983: Orides Fontela 1984: Hilda Hilst 1985: Alphonsus de Guimaraens Filho 1986: Armando Freitas Filho 1987: Ilka Brunhilde Laurito 1988: Antonio Fernando de Franceschi • 1989: Francisco Alvim Alice Ruiz

1990 – 1999

1990: Manoel de Barros 1991: Affonso Ávila 1992: Carlito Azevedo 1993: Arnaldo Antunes Moacyr Amâncio • Carlos Drummond de Andrade Inês O. Depré, Haroldo de Campos João Cabral de Melo Neto 1994: Vinicius de Moraes Rubem Braga Frederico Barbosa • Marina Colasanti 1995: Ivan Junqueira Bruno Tolentino Paulo Leminski 1996: Leonardo Fróes Renata Pallottini Dora Ferreira da Silva 1997: Waly Salomão Thiago de Mello Carlos Drummond de Andrade Cecília Meireles A. B. Mendes Cadaxa • 1998: Alberto da Costa e Silva Reynaldo Valinho Alvarez • Marly de Oliveira 1999: Haroldo de Campos Gerardo Melo Mourão Salgado Maranhão

2000 – 2009

2000: Thiago de Mello Moacyr Félix • Ferreira Gullar 2001: Anderson Braga Horta Lêdo Ivo Alberto da Costa e Silva 2002: Claudia Roquette Pinto • Thiago de Mello Ivo Barroso 2003: Bruno Tolentino Geraldo Melo Mourão Marcus Accioly 2004: Alexei Bueno Marco Lucchesi Alphonsus de Guimaraens Filho Armando Freitas Filho 2005: Dora Ferreira da Silva Neide Archanjo • Artur Eduardo Benevides Antonio Risério, Frederico Barbosa • 2006: Affonso Romano de Sant'Anna Ruy Espinheira Filho Domingos Pellegrini 2007: Affonso Ávila Neide Archanjo • Armando Freitas Filho Bruno Tolentino (In Memorian) • 2008: Ivan Junqueira Marcus Vinicius Quiroga • Paulo Fernando Henriques Britto • 2009: Alice Ruiz Viviana Bosi • Eucanaã Ferraz Reynaldo Bessa

2010 – presente

2010: Marina Colasanti Reynaldo Jardim Silveira • Armando Freitas Filho 2011: Ferreira Gullar Gilberto Mendonça Teles Ricardo Aleixo 2012: Maria Lúcia Dal Farra Zulmira Ribeiro Tavares Josely Vianna Baptista • 2013: Ademir Assunção Glauco Mattoso Antonio Cicero 2014: Horácio Costa Marcus Vinicius Quiroga • Zuca Sardan 2015: Alexandre Guarnieri Marco Lucchesi Manoel Herzog • 2016: Arnaldo Antunes Salgado Maranhão Leonardo Aldrovandi • 2017: Simone Brantes Luci Collin Daniel Francoy • 2018: Mailson Furtado Viana 2019: Hilda Machado 2020: Cida Pedrosa


Ligações externas

  • «Última entrevista de Sebastião Uchoa Leite» 
  • «Revista Pesquisa Fapesp» . Obsessão concreta - Morto há três anos, o poeta e ensaísta Sebastião Uchoa Leite ainda espera atenção da crítica, enquanto a editora Cosac Naify planeja reedição de sua poesia